Petista também voltou a defender transações comerciais entre países sem passar pelo dólar

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

O Brasil não venderá mais empresas estatais, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva à rede de televisão estatal chinesa CCTV. O petista esteve em Pequim nesta sexta-feira (14) e se encontrou com o presidente chinês, Xi Jinping, para a assinatura de acordos bilaterais.

Veja também

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

“Não queremos ser apenas um vendedor de commodities ou um vendedor de uma empresa estatal”, disse Lula, segundo a transcrição da conversa divulgada pelo governo brasileiro. “O Brasil quer sugerir à China que precisamos construir cem coisas novas. Passa por rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, passa por novas indústrias, passa por indústrias químicas, passa por novos investimentos”. É o que Lula chama de “reindustrialização” do Brasil.

Em entrevista à imprensa chinesa, Lula defendeu, como já havia dito em outras ocasiões durante sua viagem ao país asiático, a necessidade de avançar nas relações do Brasil com a China, não apenas em questões econômicas e comerciais, mas em temas como ciência e tecnologia, convênios universitários e transição energética. “Precisamos implementar uma política em que a China se torne um parceiro de investimentos no Brasil.”

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Na entrevista, o PT também voltou à defesa das transações comerciais entre países sem passagem pelo dólar, à busca de uma solução para a guerra na Ucrânia e à criação de uma nova forma de governança mundial em que países como China, Brasil e México têm mais voz.

Sobre as reformas nos organismos multilaterais, que Lula defendeu já no caminho durante seu discurso de posse de Dilma Rousseff no Novo Banco de Desenvolvimento, o PT disse que é necessária mais representação no Conselho de Segurança da ONU. “Acho que os países da América do Sul, América Latina, África devem ter. Não é possível que o continente africano com cinquenta e quatro países não tenha um representante.”

“Se não houver um Conselho de Segurança da ONU com poder de decisão e os países signatários cumprirem, não vamos resolver o problema climático mundial”, disse Lula na televisão chinesa.

“A única coisa que desejo é o seguinte: é preciso criar uma nova forma de governança mundial”, disse Lula. “A China tem que ser levada em conta. O Brasil deve ser considerado. Um país como Nigéria, Egito ou México deve ser considerado. A Índia tem que ser levada em consideração.” À medida que esses países crescem e se desenvolvem, “eles obviamente começarão a assustar aqueles que se sentiam donos do mundo”, disse o presidente.

Sobre a guerra na Ucrânia, o presidente brasileiro disse estar “obcecado” em conversar com pessoas do mundo todo para encontrar uma forma de alcançar a paz. Ele defendeu que os países parem de fornecer armas para o conflito e busquem uma solução pacífica.

**Com informações de Altamiro Silva Junior do Estadão Content

Fonte: Infomoney

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE