Os investidores que apostam em títulos do Tesouro indexados à inflação tiveram os melhores retornos em março em comparação com outros títulos do Tesouro Direto. Os dados são da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).

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O IMA-B 5+, que agrega NTN-B (títulos indexados à inflação) com vencimento superior a cinco anos, teve o melhor desempenho entre os subíndices do IMA (que refletem a carteira de títulos públicos em circulação) no período em análise. O retorno foi de 3,73%, enquanto o IMA-Geral teve alta de 1,86%. No ano, rentabilidade acumulada do IMA-B5 é de 3,61% e do IMA-Geral é de 3,63%

Segundo Marcel Cidade, economista da Anbim, os investidores mostraram apetite por títulos de longo prazo após vários meses convivendo com a incerteza fiscal “que pode estar próxima do fim”.

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“Com o aumento da percepção de que o juro real, ou o prêmio de risco, está perto do seu teto, há o incentivo para a aquisição desses papéis mais longos no mercado secundário, o que gera sua valorização”

ECONOMISTA DA ANBIMA, MARCELO CIDADE

Segundo Marília Fontes, analista de renda fixa da Nord Research, os títulos indexados a índices de preços acima de 5 anos têm prazo médio mais longo e, por isso, superaram os demais.

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O especialista explica que quanto mais longo o título, maior o impacto da queda dos juros no preço do papel. É por isso que o IMAB5+ teve um bom desempenho em comparação com outros índices.

“Cada 1% de queda na taxa (de juros futuros) provoca uma alta de aproximadamente 1% em um papel de um ano. Em um papel de dez anos, a queda de 10% na taxa provoca uma variação de 10% positiva no título”.

MARÍLIA FONTES, ANALISTA DE RENDA FIXA

Segundo Fontes, a queda da taxa de juros foi motivada tanto pelo quadro fiscal, que o mercado se valorizou, quanto pelos dados de inflação, que vieram melhores do que o esperado. O efeito marcação a mercado foi, portanto, positivo para esses títulos, principalmente os mais longos.

O especialista acredita que há mais margem para cortes futuros de juros, mas isso será possível se a inflação continuar esfriando e se o governo conseguir aprovar o novo marco no Congresso “sem ser distorcido”.

No entanto, Fontes destaca que os títulos IPCA+ têm bom desempenho mesmo em um cenário de alta inflação.

Títulos corporativos

O IDA Geral (Índice Anbima de Debêntures), que representa os títulos marcados a mercado, subiu 1,36% em março, mas continua caindo 0,93% no ano. Assim como os títulos públicos, os títulos corporativos de prazo mais longo se destacaram no mês.

O subíndice IDA-IPCA de infraestrutura, que reflete o comportamento dos títulos de estímulo, apresentou rentabilidade positiva de 2,36%.

O indicador que acompanha os títulos sem benefício fiscal apresentou rentabilidade de 2,09% no mês.

Fonte: Investnews

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